-
A chefe nenhum falta solidariedade. Por esta qualidade ser parilhada, os que a partilham são solidários, ou seja, pessoas entre as quais há responsabilidade recíproca e que por isso agem de forma mancomunada. Mais que em qualquer outra esfera de actividade humana, é na política que este fenómeno é observável. Por conseguinte, ter qualquer chefe político, por único responsável duma determinada críse politica, não é abordagem inteligente. Em muitos, ou maioria de casos, o chefe não passa de um mero instrumento dos “solidários”, sem se dar conta, porque do lado destes, há mais competência, experiência e longevidade no que concerne a conspirações de todo o tipo, visando apenas e sempre, o fito de proteger os seus inconfessáveis interesses. Operam de modo cirurgico, fazendo uso de um complexo e refinado arsenal de intrigas, bajulação, engodos diversos. Até a própria vida se dizem dispostos a ofrecer em defesa do chefe. Mas quando o fim da crise acaba por implicar acções violentas, só o chefe é vitima. Assim aconteceu com o Ansumane Mané, (Morto 2000), Kumba Yala (Deposto 2003), Nino Vieira (assassinado 2009), Cadogo (Deposto 2012), para falar que destes. “Os solidários” que estimularam e apoiaram estas figuras até à desgraça, ficaram e não desarmaram até hoje. Por dever de solidariedade com pessoas que me merecem estima e respeito, peço licença para sugerir aos detentores de chefias políticas nos dias que correm, nomeadamente Presidentes, que tenham em devida conta este facto, analisem, cada “solidário” e “solidariedade”, de modo a se livrarem dos que preferem o SUU (atiçar) em vez de NÓ KUMPU (construamos).
Na sua obra, Power: A New Social Analysis, Bertrand Russel oferece esta lição, sobre a qual vos proponho meditar:
“ OS FÍSICOS PODEM MEDIR COM BASTANTE PRECISÃO A RELAÇÃO DE ENERGIA E FORÇA ENTRE OBJECTOS INANIMADOS, AO PASSO QUE O PODER SE REFERE A RELAÇÕES HUMANAS MAIS EFÉMERAS, QUE MUDAM DE FORMA CONSOANTE AS DIFERENTES CIRCUNSTÂNCIAS”.Em Fevereiro de 2012 (como se pode confirmr pela data), porque me pareceu que os “SOLIDÁRIOS” estavam a levar mais um “chefe” à desgraça, registei esse sentimento neste poema que vos brindo.
Mantenhas
AMIGO DO CHEFE
Amigo doce que nem figo
nada diz nem faz sem olhar para o seu umbigo-Chefe
Sim senhor
sim Senhor meu Senhor
é refrão do canto ao ChefeTê-lo contente
p’ra estar à frente só por amizade
dá-lhe folgo
garra
fé na vitóriaNa maratona em pista circular
à volta do Chefe
o nº um e único no pódio
é inseguro
mas incansável no aplaudir
polir
louvarVíbora activa e cativa
p’ras operações de mordedura venenosa
à sombra do amigo
Ignora a Republica
os amigos
a família
embriagado pela aguardente do cano traseiro do Chefe
que lhe basta para ganhar peso e odor sem calorLágrimas de riso do Chefe
quando novo amigo concorrente
diz que o ausente é incompetente
Que comovente
Assim é e se faz presente o amigo do ChefeED: Lisboa. 19.02.12